[Washington DC] Rose's Luxury

O Rose's Luxury apareceu pela primeira vez na minha vida, quando fiz uma receita de manteiga de cebola para acompanhar uma fornada de Biscuits para servir num jantar. Curiosamente, eu nunca postei a receita desta manteiga aqui e agora estou com mais uma na fila das que preciso postar. Depois eu vi que ele foi eleito pela revista Bon Apetit como o melhor restaurante novo do país. Daí, quando viajamos a Washington para ir a um casamento, achei que seria o momento ideal para conhecer. 

Fonte: http://dconheels.com/wp-content/uploads/2014/09/dconheels-roses-luxury-october2014.jpg

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Depois de um dia inteiro percorrendo os principais monumentos e museus da parte central da cidade administrativa, pegamos um Uber e fomos até o bairro de Capitol Hill para jantar. Eu sabia que eles não faziam reserva e que se formava uma fila bem disputada na porta antes da abertura das portas, às cinco da tarde. Mas resolvi, mais uma vez, não contar para o Bruno - sob pena de ele vetar a visita com seu pavor de filas. Quando chegamos lá ele chegou a dizer para irmos embora, mas a minha vontade de entrar era tanta que ele resolveu dar uma colher de chá e esperar a abertura, que ocorreria em 15 minutos. Entramos na fila e aguardamos. Deu até tempo de sermos abordados por uma menina que queria divulgar a igreja dela. Hahahaha!

Fonte: http://gardenandgun.com/files/Year-in-Restaurants-Roses-Luxury-Washington-DC-1.jpg

Fonte: http://gardenandgun.com/files/Year-in-Restaurants-Roses-Luxury-Washington-DC-1.jpg

Assim que o restaurante abriu, começou a apreensão: será que o restaurante lotaria antes que pudéssemos entrar? De quando em quando uma hostess vinha até a fila, pra dar algumas informações para quem aguardava, e depois sumia. Ainda não havia chegado até nós. Eu contei que começou a chover? Fininho, mas começou. Estava frio. Nem isso me fez mudar de idéia e eu saquei minha sombrinha pra continuar aguardando. Alguma coisa me mantinha decidida a permanecer na fila. Eu sabia que conseguiria entrar. E dito e feito: muitas pessoas que estavam na fila resolveram que gostariam de comer mais tarde. Isso liberou alguns lugares e a fila andou bem depressa. Na minha vez, a menina da recepção me perguntou quando eu gostaria de jantar. "Agora?", perguntei. Ela me disse que não haviam mesas disponíveis no momento, mas que haveria uma dali uns 20 minutos e que poderíamos aguardar no bar, localizado no segundo andar. Voltei lá fora e falei com Bruno, que topou. Entramos, subimos as escadas, sentamos pra ver o cardápio de bebidas e logo já nos chamaram para a mesa. E aí pudemos comprovar que a espera valeu a pena!

Um brioche super fofo e quentinho, com uma manteiga bem leve, polvilhada de micropedacinhos de batatas crocantes e ceboullete.

Um brioche super fofo e quentinho, com uma manteiga bem leve, polvilhada de micropedacinhos de batatas crocantes e ceboullete.

Um Hanger Steak grelhado (um corte na região peitoral do gado), Mostarda japonesa, molho de uma espécie de enguia e cebolinhas.

Um Hanger Steak grelhado (um corte na região peitoral do gado), Mostarda japonesa, molho de uma espécie de enguia e cebolinhas.

Essa foi uma Panzanella Salad de cortesia. Deliciosa! 

Essa foi uma Panzanella Salad de cortesia. Deliciosa! 

A primeira vez em que eu comi um Siri Mole na vida! E a pergunta que não quer calar é: por que demorei tanto, meu Deus??? Delicioso, empanado e frito, servido sobre uma polenta mole e rústica com milho verde doce e um caldo magnífico chamado Bloody …

A primeira vez em que eu comi um Siri Mole na vida! E a pergunta que não quer calar é: por que demorei tanto, meu Deus??? Delicioso, empanado e frito, servido sobre uma polenta mole e rústica com milho verde doce e um caldo magnífico chamado Bloody Mary Vinaigrette. Fenomenal!!!

Este foi uma paleta desossada de porco super crocante por fora e desmanchando por dentro. Com um toque meio oriental-havaino, tinha abacaxi, Jalapeño, Mac&Cheese, Coleslaw com algas crocantes, arroz de coco com ovo frito e um molho indescritível…

Este foi uma paleta desossada de porco super crocante por fora e desmanchando por dentro. Com um toque meio oriental-havaino, tinha abacaxi, Jalapeño, Mac&Cheese, Coleslaw com algas crocantes, arroz de coco com ovo frito e um molho indescritível à base de mostarda. No fim foi muito comida e eu dispensaria o macarrão. Acho que não faria falta nenhuma! 

Pra fechar, dividimos um sorvete de leite de coco, com coco queimado crocante no fundo, limão e Kiwi. Sério, de morrer!

Pra fechar, dividimos um sorvete de leite de coco, com coco queimado crocante no fundo, limão e Kiwi. Sério, de morrer!

O restaurante é lindo, o serviço é muito bom e atencioso e a comida bastante criativa, perfumada e saborosa. Além de tudo isso, o dono do restaurante tem preocupações sociais e doa parte do que é pago, por cada prato, para uma instituição que provê alimentação para crianças em escolas. Vale demais ir um dia, com disposição para enfrentar filas, é claro! Garanto que você vai gostar bastante!

[Chicago] Next

Chicago é um parque de diversões gustativas, assim como Nova Iorque. Minha vontade era ter passado muito mais tempo na cidade, com dinheiro suficiente pra experimentar várias das casas interessantes que há por lá. Enquanto eu não volto à cidade, fico aqui me divertindo com as memórias que ela me proporcionou. Este post é uma continuação do que escrevi sobre o The Aviary.

Além do Alinea e do The Aviary, Grant Achatz tem o restaurante Next, onde o menu muda de 3 em 3 meses, buscando uma inspiração diferente a cada período, gerando vídeos de divulgação lindíssimos como este: 

Os três endereços têm mais uma coisa em comum, além do chef proprietário: é preciso comprar ingresso com antecedência. É isso mesmo! Você paga tudo o que irá consumir antecipadamente, no momento da reserva. E mais: não tem a mínima idéia do que será servido, apenas comunica suas restrições/alergias alimentares e pronto, sorte lançada. Achou esquisito? No início eu também, mas depois pensei que era uma excelente alternativa para os restaurantes barrarem aqueles aventureiros que fazem reserva e não aparecem, deixando mesas vazias e gente que queria muito ir ao restaurante, em casa. E depois da experiência achei bastante interessante sair sem ter de passar por aquela coisa chata da chegada da conta, verificar se está tudo certo, calcular a gorjeta e tal... Quanto à supresa no menu, fiquei animada. É importante dizer que as opções de bebidas podem ficar em aberto quando do momento da reserva. Foi o que eu resolvi fazer, imaginando que depois dos drinks no bar, nós ficaríamos só numa tacinha de espumante pra acompanhar tudo. Mas, efeito da bebida, meu marido estava se achando rico e resolveu fazer a harmonização básica do cardápio. Isso dobrou o preço do menu

Quando nós fomos lá, o menu se chamava Tapas e se inspirava, claro, na cozinha espanhola. Como eu contei no texto do bar, o Next divide parede com ele e nós tínhamos reserva para os dois. Quando passamos para o restaurante, o atendimento impecável permaneceu, com os garçons e o maitre dandos-nos parabéns pelo aniversário de casamento, informação que eu dei só uma vez pra o garçom do bar. No mais, foi um menu de 9 etapas, cada qual com 2 ou 3 pratos diferentes, o que se traduziu em muita comida, mas que surpreendentemente não pesou no estômago. E olha que nossa reserva era para o último horário da noite! 

Quando chegamos, a mesa estava com este cartão postal com meu primeiro sobrenome identificando a reserva. 

Quando chegamos, a mesa estava com este cartão postal com meu primeiro sobrenome identificando a reserva. 

E no centro da mesa já nos esperavam 3 cocas divididas em 2 porções (fatias de focaccia com coberturas diversas): Anchovas com azeitonas, tomate com couve-flor e jamón ibérico; cogumelos e cebola.

E no centro da mesa já nos esperavam 3 cocas divididas em 2 porções (fatias de focaccia com coberturas diversas): Anchovas com azeitonas, tomate com couve-flor e jamón ibérico; cogumelos e cebola.

Mexilhões defumados (na latinha), polvo com beringela no vidro (herança do El Bulli).

Mexilhões defumados (na latinha), polvo com beringela no vidro (herança do El Bulli).

Apesar de tudo estar preto, abaixo é uma barriga de porco espetacularmente derretendo envolvida em molho romesco enegrecido de uma forma que eu não sei qual (acredito que tinha tinta de lula) e um pedaço de pão no mesmo molho, divino também. Assim q…

Apesar de tudo estar preto, abaixo é uma barriga de porco espetacularmente derretendo envolvida em molho romesco enegrecido de uma forma que eu não sei qual (acredito que tinha tinta de lula) e um pedaço de pão no mesmo molho, divino também. Assim que o prato chega na mesa, o garçon põe fogo num carvãozinho ao lado, pra dar um quê de churrasco. O nome do prato é Cerdo y Romesco, que veio acompanhado de:

Cebolas assadas na Parrilha. Deliciosamente aveludadas e macias, adocicadas na medida certa.

Cebolas assadas na Parrilha. Deliciosamente aveludadas e macias, adocicadas na medida certa.

Yema de huevo frito: Gema de ovo frita com anchova fresca. 

Yema de huevo frito: Gema de ovo frita com anchova fresca. 

Brandada crujiente: Brandade de bacalhau líquida, com a pele do peixe pururucada. 

Brandada crujiente: Brandade de bacalhau líquida, com a pele do peixe pururucada. 

As famosas Aceitunas de Albert Adriá: suco extraído de azeitonas esferificado. Uma explosão de sabor na boca.

As famosas Aceitunas de Albert Adriá: suco extraído de azeitonas esferificado. Uma explosão de sabor na boca.

Fatias de Jamón Ibérico de Bellota.

Fatias de Jamón Ibérico de Bellota.

Espárragos y sépia: um prato com aspargos, lula, gema de ovo e farofa de pão. 

Espárragos y sépia: um prato com aspargos, lula, gema de ovo e farofa de pão. 

Patatas Bravas: como croquetes. 

Patatas Bravas: como croquetes. 

Chuletón Tortilla: Omelete espanhola com batatas e costela. Destaque pro ponto da carne!

Chuletón Tortilla: Omelete espanhola com batatas e costela. Destaque pro ponto da carne!

Esse prato tinha uma apresentação incrível, mas eu achei esquisito. Gambas con fresas y habas: camarão com morango e feijão. Quando vi a mesa ao lado recebendo o prato, achei que o camarão fosse feito de sorvete de morango e achei a idéia incrí…

Esse prato tinha uma apresentação incrível, mas eu achei esquisito. Gambas con fresas y habas: camarão com morango e feijão. Quando vi a mesa ao lado recebendo o prato, achei que o camarão fosse feito de sorvete de morango e achei a idéia incrível. Mas não. Era camarão com sorvete de morango. Eu achei muito estranho, a combinação não funcionou pra mim. 

O camarões vinham acompanhados de uma Oliveira. Nela, Caramelo de aceite de oliva. Divertida a apresentação, o sabor era incrível e lembrava um pouco chocolate branco. Mas eu ainda estava impactada com o estranhamento do camarão com morango.

O camarões vinham acompanhados de uma Oliveira. Nela, Caramelo de aceite de oliva. Divertida a apresentação, o sabor era incrível e lembrava um pouco chocolate branco. Mas eu ainda estava impactada com o estranhamento do camarão com morango.

Chocolate com mirtilos e avelãs...

Chocolate com mirtilos e avelãs...

servido junto a uma fatia de cheesecake-mais-maravilhosa-da-vida-inteira-do-espaço-sideral. O interior dela era quase líquido, como um petit-gateau, e eu fiquei me perguntando como eles fizeram isso. Jesus!

servido junto a uma fatia de cheesecake-mais-maravilhosa-da-vida-inteira-do-espaço-sideral. O interior dela era quase líquido, como um petit-gateau, e eu fiquei me perguntando como eles fizeram isso. Jesus!

Pra terminar, leite com café! 

Pra terminar, leite com café! 

Este menu já não está mais em cartaz. Agora eles estão começando a divulgar o Terroir. Eu queria mesmo era morar em Chicago e ir a cada três meses ao Next, só pra provar todos os menus propostos por eles. E, claro, levar todas as minhas visitas lá e provar mais de uma vez cada um, porque de boba eu não tenho nada! 

 

 

[Belo Horizonte] Trindade, a cozinha do Brasil.

Minha ida a Belo Horizonte foi muito produtiva. Revi amigos queridos que há muito tempo eu não via - uma delas há 14 anos! -, peguei o filho recém-nascido do meu primo-irmão no colo, conheci o Instituto Inhotim e, de quebra, jantei neste restaurante. Assim que tomei conhecimento dele nas minhas pesquisas já fiz reserva logo, apesar de nunca ter ouvido falar do lugar. Mas um dos sócios eu conhecia. Trata-se de Felipe Rameh, ex-assistente de Alex Atala no extinto programa de TV Mesa pra Dois.

Acompanhei o desenrolar da carreira dele desde o restaurante que ele tinha em Muriaé, onde nunca fui mas esperava ir um dia só pra provar da sua comida. Depois, o perdi de vista. Até o dia em que comecei minhas pesquisas sobre a cena gastronômica de BH e me deparei com o Trindade. Restaurante com proposta de promover a comida mineira no seu melhor, talvez seja dele - finalmente!- que surja o Chef representante de Minas Gerais a juntar-se aos já consagrados do país na valorização e promoção da gastronomia Brasileira no mundo. Eu apostaria nisso!

Fomos muito bem atendidas pelo Luís, garçon simpático e acessível, que entrou no nosso clima descontraído sem sair da seriedade da sua função. Serviu-nos impecavelmente, com a informalidade educada que é característica do mineiro. O maitre da casa estava sempre muito atento às mesas e, vez por outra, dava uma passadinha pra checar se estava tudo sendo conduzido no padrão que a casa exige. Fez uma correção aqui ou ali, sem que nós nos sentíssemos invadidas com excesso de atenção. No mais, a comida é incrível! O preço não é dos mais caros e quando você percebe a qualidade dos pratos até acha barato. As fotos falam por si. 

Começamos com uma porção de coxinhas de rabada. Acompanha um potinho de catupiry pra você lambuzar o petisco, se quiser! 

Começamos com uma porção de coxinhas de rabada. Acompanha um potinho de catupiry pra você lambuzar o petisco, se quiser! 

Deliciosas, a casquinha crocante e o interior úmido e saboroso como toda coxinha deveria ter.

Deliciosas, a casquinha crocante e o interior úmido e saboroso como toda coxinha deveria ter.

Porquinho Prensado: barriga de porco cozida a baixa temperatura, com a pele crocante. Muito gostosa também, num tamanho pra lá de generoso!

Porquinho Prensado: barriga de porco cozida a baixa temperatura, com a pele crocante. Muito gostosa também, num tamanho pra lá de generoso!

Os vegetais que acompanham o porquinho: crocantes sem estarem crus, temperados na medida certa!

Os vegetais que acompanham o porquinho: crocantes sem estarem crus, temperados na medida certa!

Filé com arroz proibido, o prato que minha amiga pediu. Pense numa carne bem selada?

Filé com arroz proibido, o prato que minha amiga pediu. Pense numa carne bem selada?

Créme Brulée de doce de leite com cristais de sal. Deu vontade de pular de ponta e passar no corpo todo de tão bom?

Créme Brulée de doce de leite com cristais de sal. Deu vontade de pular de ponta e passar no corpo todo de tão bom?

Pesquisando as páginas para botar os links neste post, acabei descobrindo que o Felipe Rameh tem outra casa, aberta recentemente, em BH. Nos moldes do Eataly, o Alma Chef parece ser um lugar de dar vontade de morar. Uma pena que só ter descoberto isso agora... 

 

[Charleston] Magnolias

O Magnólias me foi recomendado por uma amiga que já morou na cidade. O restaurante existe desde 1990 e figura nas listas dos melhores, ao lado do Husk e de vários outros. A especialidade aqui é a Southern Food americana, com pratos bastante interessantes e representativos da cultura desta região do país. Como fomos à cidade na véspera do natal, não havia maneira de fazer reservas e resolvemos apostar que no horário entre o almoço e o jantar encontraríamos uma mesa para 5 pessoas. E não é que deu certo? Fomos imediatamente recebidos e acomodados por volta das 4 horas da tarde, quando o lugar estava bem vazio. Fosse uma hora mais tarde, não encontraríamos mesa. 

Fonte: http://www.recipegirl.com/wp-content/uploads/2012/07/Charleston-Magnolias-1.jpg

Fonte: http://www.recipegirl.com/wp-content/uploads/2012/07/Charleston-Magnolias-1.jpg

O restaurante é amplo e bem decorado. E, como o nome já sugere, muitos quadros de Magnólias pintadas espalhados pelas paredes. O atendimento foi incrível, com um garçom de nome Sam muito simpático e solícito, que foi e voltou da cozinha muitas vezes só pra checar se poderia acomodar os pedidos de modificação de pratos do menu. Minha mãe mudou o prato dela quase que totalmente e eu quase morri de vergonha de pedir tantas modificações no mesmo prato. Mas ele não demonstrou desconforto. Foi muito simpático e o melhor: minha mãe adorou o resultado!

A ida inesperada acabou se transformando no ponto alto da visita relâmpago que fizemos à cidade. Comida deliciosa, barata, vinho muito bom e atendimento excepcional. Quando é que podemos juntar tantos elogios a um só estabelecimento hoje em dia, heim? No mais, fica a foto do meu prato e a lembrança, junto com uma vontade de pegar o carro e dirigir 9 horas só pra poder comer lá novamente...

Low country Bouillabaisse: um ensopado de frutos do mar incrível, muito saboroso e reconfortante. Poderia ter refil e não acabar nunca mais...

Low country Bouillabaisse: um ensopado de frutos do mar incrível, muito saboroso e reconfortante. Poderia ter refil e não acabar nunca mais...

[Miami] Michael's Genuine Food

Já era pra ter escrito sobre este restaurante há muito tempo. Mas tivemos um contratempo de atendimento uma vez e Bruno embirrou com o lugar. Coisa besta, ele tinha razão de ficar chateado e o Oak Tavern é ali pertinho. E naquela época costumávamos tomar café no Paul (uma rede de 'cafeteria francesa' que tem lojas espalhadas por várias cidades do mundo), da Lincoln Road, aos domingos. Assim foi, até que tivemos de esperar por um pedido, já pago, por mais de 40 minutos. Eu disse à ele: "Por muito menos, fizemos um escândalo no Michael's.". Ele concordou e resolvemos dar uma segunda chance ao lugar. Até porque a relação custo x benefício do Paul vinha deixando a desejar fazia era tempo.

Fonte: http://johnmariani.com/archive/2011/110403/MIAMI--michel%20people.jpg

Fonte: http://johnmariani.com/archive/2011/110403/MIAMI--michel%20people.jpg

A comida do Michael's é extraordinária! Fresca, colorida, bonita, com opções variadas e tudo é feito na casa. A proposta é dividir tudo, pra provar um pouco de cada coisa, com um passa-passa de pratos de um lado para o outro nas mesas. Mas as porções são quase todas diminutas. Tem pratos que parecem feitos pra bonecas, como as Blueberry Pancakes.  Por outro lado, dá pra ter um gostinho de cada preparação sem sair de lá de ambulância. Os pedidos vão chegando à medida em que ficam prontos na cozinha. 

Há um balcão em frente da cozinha de onde é possível ver os cozinheiros trabalhando alucinadamente. Destaque para os Heirloom Tomatoes coloridos no balcão. Lindos e deliciosos!

Há um balcão em frente da cozinha de onde é possível ver os cozinheiros trabalhando alucinadamente. Destaque para os Heirloom Tomatoes coloridos no balcão. Lindos e deliciosos!

O restaurante é bastante famoso por aqui. Localizado no Design District, bairro descolado com muitas lojas de decoração e roupas, numa rua onde há as lojas mais caras da cidade.  Anthony Bourdain visitou-o durante episódio de seu programa The Layover. O chef-proprietário, Michael Schwartz, tem vários restaurantes espalhados pela cidade (e uma unidade do Michael's Genuine em Cayman, também). Pode-se dizer que ele é um dos chefs mais bem sucedidos por aqui. O restaurante está aberto todos os dias, para almoço, jantar e Brunch aos finais de semana. Se você é uma pessoa que gosta de ingredientes frescos trabalhados de maneira simples, mas com garantia de sabor, este é o lugar! Mas não se esqueça. Vá sem pressa, sem compromissos agendados para depois. E faça reserva. Sempre!

Housemade Patrami. Quando chegou à mesa, por um segundo pensei que fosse um Brownie. Apenas uma palavra: perfeito!

Housemade Patrami. Quando chegou à mesa, por um segundo pensei que fosse um Brownie. Apenas uma palavra: perfeito!

Os deliciosos Heirloom Tomatoes com queijo Stracciatella, azeite, manjericão, flor de sal e pimenta. 

Os deliciosos Heirloom Tomatoes com queijo Stracciatella, azeite, manjericão, flor de sal e pimenta. 

Deviled Eggs.

Deviled Eggs.

Kimchi Benedict: o molho holandês foi enriquecido com kimchi, que consiste numa técnica de fermentação de vegetais. A barriga de porco estava crocante por fora e super úmida por dentro. Seguramente uma das melhores versões de Eggs Benedict que já ex…

Kimchi Benedict: o molho holandês foi enriquecido com kimchi, que consiste numa técnica de fermentação de vegetais. A barriga de porco estava crocante por fora e super úmida por dentro. Seguramente uma das melhores versões de Eggs Benedict que já experimentei.

Os melhores falafels que eu já comi!

Os melhores falafels que eu já comi!

Mini panquecas com calda de morango com baunilha.

Mini panquecas com calda de morango com baunilha.

Brioche com frutas vermelhas de morrer! O restaurante acabou de trocar de chef confeiteiro, vamos ver o que vem por aí. 

Brioche com frutas vermelhas de morrer! O restaurante acabou de trocar de chef confeiteiro, vamos ver o que vem por aí. 

 

[New York] Eataly

Todo mundo que vai a Nova Iorque hoje em dia vai ao Eataly. É daqueles lugares que fazem você sonhar como seria sua vida se você morasse perto dali. Resultado do trabalho de um visionário italiano, em Nova Iorque conta com a parceria de Mario Batali, Joe Bastianich, Lidia Bastianich e outros empreendedores. Há várias unidades espalhadas pela Itália, lugar de origem Turim. Dubai, Tóquio e Istambul também têm o seu. Nos EUA, por enquanto, NYC e Chicago. Só conheci a unidade da Big Apple, mas pelo que li no site, cada unidade tem identidade própria, associando-se ao que de melhor existe na região onde a loja se encontra. A proposta do lugar é oferecer ingredientes de excelente qualidade, a preço justo. Oferecer qualificação àqueles que desejam e tornar o ato de comer capaz de unir cada vez mais as pessoas. Há rumores de que abrirão um aqui em Miami, relativamente perto de onde moro. Daria pra ir à pé. Mas, pelo andar da carruagem, só inaugurará depois de nos mudarmos daqui. Uma pena!

Padaria...

Padaria...

Embutidos dos mais variados...

Embutidos dos mais variados...

Pense numas 'roda' de queijo?

Pense numas 'roda' de queijo?

Frutos do mar...

Frutos do mar...

Peixes...

Peixes...

Como Nova Iorque é um destino cada vez mais acessível, se você tem viagem programada pra lá, reserve um dia pra morrer de amores pelo lugar, beber e comer bem. A melhor comparação que encontrei, pra explicar a quem não conhece, é comparar com os mercados municipais/centrais de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Um quarteirão só de lojas de comida e restaurantes italianos, escola de gastronomia, loja de vinhos, cervejaria... Dá pra passar um dia inteiro lá!

Começar com um café da manhã no Lavazza ou no Vergnano, dar uma passeada bem preguiçosa entre os utensílios domésticos. Conhecer os inúmeros tipos de ingredientes disponíveis. Folhear os livros à venda e domar a sua vontade de comprar todos... Passear mais um pouco e tentar decidir o que vai levar pra casa, ver a programação de cursos e programar fazer um se tiver tempo. Ir até à Gelateria ou a Pasticceria pra comer um Tiramissu Classico ou um Gelato de Stracciatella e mais um espresso. E fotografar muito!

Parar pra almoçar na Salumeria e aproveitar a tábua de frios com um delicioso Barbera D'Asti ou um Prosecco Flor e deixar o tempo passar enquanto se conversa demoradamente. 

Parar pra almoçar na Salumeria e aproveitar a tábua de frios com um delicioso Barbera D'Asti ou um Prosecco Flor e deixar o tempo passar enquanto se conversa demoradamente. 

Fazer uma horinha e comer Vieiras com arroz negro (acima) no Il Pesce ou um Agnolotti (abaixo) no La Pasta, beber mais vinho e comprar várias garrafas pra levar pra casa. 

Fazer uma horinha e comer Vieiras com arroz negro (acima) no Il Pesce ou um Agnolotti (abaixo) no La Pasta, beber mais vinho e comprar várias garrafas pra levar pra casa. 

O mais legal é que você tem acesso a praticamente todos os ingredientes dos pratos que você come nos restaurantes. Aqueles mais aventureiros podem tentar reproduzir os pratos em casa. E quando parece que não sobrou mais nada, eles ainda têm loja online. Existe um burburinho de que abrirão uma unidade em São Paulo. Nada mais justo! 

Vitrine de carnes.

Vitrine de carnes.

'Us quêjo!'

'Us quêjo!'

[Miami] Sakaya Kitchen: resultado do flerte entre a comida asiática e a cena food-truck de miami.

Assim que nos mudamos pra Downtown, passei a circular bastante pela região à pé. Reconhecer o território, começar a saber onde ficavam os restaurantes... Desde o primeiro passeio, a silhueta em neon laranja de um porco me chamou a atenção. Busquei na internet informações sobre o dito e fui direto ao ZAGAT, que recentemente foi adquirido pelo Google e que costuma ser um excelente guia referencial de onde comer bem nas cidades americanas. Lancei o nome no buscador - SAKAYA KITCHEN - e a avaliação era 22/30, ou seja, algo mediano a caminho de ser muito bom. Meu marido é um bom garfo, mas costuma não ser muito empolgado em aventurar-se em lugares novos sem um aval experimentado. Sem chance de irmos sem que eu tivesse me submetido à comida antes, lá fui eu, num dia qualquer de setembro de 2012.

Fonte: http://burgerbeast.com/2012/11/29/sakaya-kitchens-wynwood-food-truck-fest-during-art-basel/

Fonte: http://burgerbeast.com/2012/11/29/sakaya-kitchens-wynwood-food-truck-fest-during-art-basel/

O cardápio está escrito na parede, que foi pintada com tinta para quadro negro. Uma tendência isso aí!

O cardápio está escrito na parede, que foi pintada com tinta para quadro negro. Uma tendência isso aí!

O restaurante de downtown (tem outro em Midtown e um FoodTruck, onde Anthony Bourdain comeu) tem uma fachada muito simples, com duas portas nos extremos. Assim que você entra, sente um certo estranhamento porque o salão tem um quê de lanchonete, com mesas e cadeiras simples, tubulares. O menu está escrito na parede à esquerda de quem entra, parede esta pintada com tinta de quadro negro com a descrição dos pratos escrita a giz. O sistema de atendimento é quase de lanchonete também: fila no caixa, você dá seu nome e faz o seu pedido. Paga, escolhe onde vai sentar-se e aguarda. Quando seu prato está pronto, o atendente chama pelo seu nome e leva seu pedido até você. E aí você será fisgado para sempre! Claro, se você é o tipo de pessoa que curte comida picante.

Steak and Salad: mix de folhas verdes, carne extra macia e temperada, mlho a base de gengibre, shoyo e gergelim tostado. 

Steak and Salad: mix de folhas verdes, carne extra macia e temperada, mlho a base de gengibre, shoyo e gergelim tostado. 

Na primeira vez em que fui, pedi uma salada cuja descrição era simples, mas que tem um sabor que preenche toda a boca e te transporta pra outro mundo, te desconecta dos problemas e faz concentrar somente nos sabores. E como é um restaurante perto da minha casa e muito barato, virou quase que minha segunda casa. Já experimentei 85% do cardápio e não me canso de ir. Excelente dica pra quem quer comer comida excelente, pagando pouco e ainda fugindo dos lugares pega-turista. As opções de bebidas são um capítulo à parte: Sakês, cervejas variadas de rótulos interessantíssimos, coca-cola mexicana e americana, vinhos...

Sae Woo: o mesmo prato da primeira foto, mas na forma original com arroz de côco. 

Sae Woo: o mesmo prato da primeira foto, mas na forma original com arroz de côco.

 

Nathan's all beef carne de porco assada longamente, desfiada em cima de Tater Tots, uns bolinhos de batada americanos muito gostosos! É como um bolinho de batata rösti.

Nathan's all beef carne de porco assada longamente, desfiada em cima de Tater Tots, uns bolinhos de batada americanos muito gostosos! É como um bolinho de batata rösti.

Cracklin' Duck: Coxa de pato sous vide (cozida à vácuo) com molho adocicado e coentro, em pão de batata e molho picante.

Cracklin' Duck: Coxa de pato sous vide (cozida à vácuo) com molho adocicado e coentro, em pão de batata e molho picante.

Dae Ji: Filé mignon suíno picante, butter'd broccoli, arroz thai de côco e amendoins.

Dae Ji: Filé mignon suíno picante, butter'd broccoli, arroz thai de côco e amendoins.

Banh mi: Barriga de porco Kurobuta cozida sous-vide, pate de tete, maionese feita na casa, kimchi* de cenouras e picles.

Banh mi: Barriga de porco Kurobuta cozida sous-vide, pate de tete, maionese feita na casa, kimchi* de cenouras e picles.

Popcorn Shrimp Ssam: camarão frito com um toque de canela e outras especiarias, Kimchi* e picles, arroz jasmim.

Popcorn Shrimp Ssam: camarão frito com um toque de canela e outras especiarias, Kimchi* e picles, arroz jasmim.

Bo Ssam: porco assado por 8 horas com molho picante, camarão grelhado, kimchi* e arroz jasmim.

Bo Ssam: porco assado por 8 horas com molho picante, camarão grelhado, kimchi* e arroz jasmim.

Sae Woo: Camarão frito picantíssimo, Butter'd Broccoli e arroz de côco delicioso.

Sae Woo: Camarão frito picantíssimo, Butter'd Broccoli e arroz de côco delicioso.

Tudo é feito na casa: cura de carnes, fermentação de vegetais, cocção prolongada... O conceito é de rede de fast food, porém mais relacionado à uma refeição rápida de rua do que às lanchonetes. Os ingredientes são de altísismo nível, orgânicos, cultivados e adquiridos de acordo com a filosofia do Slow-Food. As técnicas empregadas contribuem para que entreguem comida deliciosa ao cliente a preço justíssimo. E o melhor: abre ao meio-dia e só fecha de noite! 

*Kimchi: tradicional acompanhamento coreano que consiste em vegetais fermentados. O mais comum deles é o feito de repolho.

Richard Halle também é o criador do conceito e proprietário do Black Brick Chinese

Atualização em 22/04/2015: a unidade de Downtown foi fechada. Somente ficou a aberta a unidade do Shops at Midtown.

[Miami] Khong River House: os sabores do sudeste asiático em Miami Beach.

O que têm em comum o time bicampeão de basquete Miami Heat, a Southern Food e a comida do sudeste asiático? Resposta: o mesmo grupo de empreendedores. No caso da gastronomia, os caras têm casas muito boas, onde é possível comer, se divertir e beber muito bem. Certamente todos os restaurantes da turma aparecerão por aqui, estou colecionando fotos pra poder escrever sobre eles. 

Khong River House é o representante asiático do grupo e, desde que abriu as portas, em Miami Beach, fazia parte da minha listinha de restaurantes a conhecer. Sempre gostei de comida picante, com bastantes especiarias para alegrar, surpreender e entreter minhas papilas gustativas. O contraste de sabores e texturas, criando algo completamente único. Por isso, logo que o Khong abriu, em 2012, já comecei a salivar porque já conhecia outras duas casas do grupo, especializadas em Southern Food e que são excelentes. Ou seja, era coisa boa! 

A decoração da casa foi muito bem pensada. Fonte: http://www.giltcity.com/miami/khongriverhouseaug

A decoração da casa foi muito bem pensada. Fonte: http://www.giltcity.com/miami/khongriverhouseaug

As comidas asiáticas estão na lista das minhas favoritas. Comida Chinesa e Japonesa foram amplamente difundidas nos quatro cantos do planeta, mas os outros países têm representantes tímidos, sobretudo no Brasil. Porém, isso tudo vem sofrendo uma grande reviravolta. Principalmente com a globalização, que favoreceu o intercâmbio de chefs para trocar experiências. Muita gente viajando para lugares inusitados e a popularidade conquistada pelos guias de restaurantes, com o boom da gastronomia como "arte a ser devorada". Hoje as pessoas viajam para conhecer restaurantes e a comida de um país.

Na primeira vez que fomos ao restaurante, era um sábado no final de tarde. Não tínhamos reserva, mas casais costumam ter sorte nestas horas porque sempre há uma mesa simples desocupando. Eu pedi um prato com camarões bem grandes, bastante picante e saboroso, cozido no ponto certo. Meu marido desenvolveu um amor por barriga de porco desde que chegamos aqui e não teve dúvidas quando viu um curry disponível no menu. Os pratos vêm acompanhados de arroz. A casa oferece três tipos: Jasmine, Integral e Sticky. E olha: os arrozes são tão bons quanto os pratos que acompanham.

Vietnamese-Style Crispy Prawns: salteados com chili tailandês fresco, alho, chalota, cebolinha e especiarias. Servido com arroz Jasmine Tailandês. Quando acabou, eu quis comer o papel pra aproveitar o caldinho.

Vietnamese-Style Crispy Prawns: salteados com chili tailandês fresco, alho, chalota, cebolinha e especiarias. Servido com arroz Jasmine Tailandês. Quando acabou, eu quis comer o papel pra aproveitar o caldinho.

Coconut Cake: Bolo de côco com chutney de abacaxi e gengibre, telha de côco e sorvete de côco. Crocante e gelado, com a picância das especiarias e dulçor misturados perfeitamente!

Coconut Cake: Bolo de côco com chutney de abacaxi e gengibre, telha de côco e sorvete de côco. Crocante e gelado, com a picância das especiarias e dulçor misturados perfeitamente!

Na segunda vez, fomos jantar depois de um show num dia de semana. Mais uma vez não tínhamos reservas e não tivemos problemas pra sentar. Eu fui de pato e meu marido comeu novamente o Curry de barriga de porco.

Thai Crispy Duck: Pato salteado com pimenta do reino jovem (cachos verdes), cebola branca, pimenta chilli fresca e folhas de manjericão. Servido com arroz Jasmine Thai. Nham!

Thai Crispy Duck: Pato salteado com pimenta do reino jovem (cachos verdes), cebola branca, pimenta chilli fresca e folhas de manjericão. Servido com arroz Jasmine Thai. Nham!

Na terceira vez, fomos ao brunch de domingo. Eles abrem às 11:30 e neste horário o restaurante estava vazio. Como queria muito comer lá e já era tarde do dia, fiz reservas pra não ficar mau-humorada caso não conseguíssemos mesa. Pedi um prato com carne, ovos e batatas doces que estava de morrer e Bruno, uma omelete recheada de Curry de barriga de porco (de novo!). Também pedimos umas panquecas deliciosas, cuja textura e sabor me lembraram de leve a do Mané Pelado de minha mãe. Finalizamos com um expresso e fomos embora felizes.

Pork Belly Curry Omelete: Barriga de porco com chilli em pasta, capim santo,  cúrcuma e alho. Acompanhado de salada de papaia verde. Meu marido raspou o prato.

Pork Belly Curry Omelete: Barriga de porco com chilli em pasta, capim santo,  cúrcuma e alho. Acompanhado de salada de papaia verde. Meu marido raspou o prato.

G.I. Breakfast: Linguiça adocicada chinesa, 2 ovos fritos com gema mole, carne de porco cozida no vapor, coentro e torradas de baguette. Acompanhado de molho parecido com catchup. Pense que morri? Delícia!

G.I. Breakfast: Linguiça adocicada chinesa, 2 ovos fritos com gema mole, carne de porco cozida no vapor, coentro e torradas de baguette. Acompanhado de molho parecido com catchup. Pense que morri? Delícia!

Chinese Fried Pork Rice: barriga de porco frita e sequinha, milho, ervilha, alho, gengibre, cebola, coentro e molho stir fry. Ovo frito por cima e linguiça de porco. Delícia!

Chinese Fried Pork Rice: barriga de porco frita e sequinha, milho, ervilha, alho, gengibre, cebola, coentro e molho stir fry. Ovo frito por cima e linguiça de porco. Delícia!

O bar da casa é um caso à parte, completíssimo. Ainda não fomos lá com intenção de conhecer os drinks da casa, isto será feito mais adiante. Assim que formos, complemento o post. A única certeza que fica é que o povo da 50Eggs é muito bom de serviço e levam seu trabalho a sério. E que o Khong River House é uma aposta com garantia de retorno se você gosta de sabores picantes, como eu.

Nunca vi tanta garrafa de Gin diferente junta na minha vida!

Nunca vi tanta garrafa de Gin diferente junta na minha vida!

Observação: Neste post eu aproveito algumas fotos de um post sobre o restaurante no meu antigo blog. Elas são de 2013. No último domingo voltamos ao restaurante e pudemos conferir que a qualidade continua a mesma - excelente! Por isso vale a pena mostrar o que tem de bom por lá!

[Miami] Black Brick Chinese: o melhor chinês da cidade!

Moro próximo a uma das duas unidades do Sakaya Kitchen, restaurante de inspiração coreana deliciosa e acessível, sobre o qual postarei mais tarde. Há quase um ano seu chef-proprietário, Richard Hales, deu uma entrevista a uma publicação gastronômica de Miami, declarando que abriria um restaurante chinês em Midtown. Ele se dizia cansado dos restaurantes chineses que a cidade tinha até então (restaurantes que, invariavelmente, encontravam uma forma de vender Sushi pra atrair a clientela) e tinha decidido fazer algo à respeito. Cara de atitude esse Richard!

Richard Hales. Fonte: Miami New Times

Richard Hales. Fonte: Miami New Times

O fato é que o Black Brick inaugurou no fim de 2013 e lá fomos nós almoçar. O lugar é descolado, com gaiolas vermelhas penduradas no teto, como luminárias. Há umas 4 mesas fora do restaurante e algo em torno de umas 10 na parte de dentro. 

É possível sentar-se junto ao balcão para ver os cozinheiros, de Hong-Kong e da província de Huan, trabalhando e finalizando alguns pratos. 

É possível sentar-se junto ao balcão para ver os cozinheiros, de Hong-Kong e da província de Huan, trabalhando e finalizando alguns pratos. 

Meu marido adorou e ficou fotografando o senhor de 63 anos enquanto ele comandava a Wok.

O mais divertido na decoração do lugar são três quadros, com retratos de Bruce Lee, Chuck Norris e Keith Richards vestidos com uniformes militares antigos. Muito bacana!

O mais divertido na decoração do lugar são três quadros, com retratos de Bruce Lee, Chuck Norris e Keith Richards vestidos com uniformes militares antigos. Muito bacana!

O atendimento é rápido, simpático e eficiente. Fomos recebidos com chá. Uma rápida olhada no menu enxuto já foi suficiente: fomos de DimSum (entradas) e Pato Peking.

Xinjiang Cumin Lamb dumpling: pastéisinhos recheados de carne de cordeiro com cominho e óleo de pimentas.    

Xinjiang Cumin Lamb dumpling: pastéisinhos recheados de carne de cordeiro com cominho e óleo de pimentas.    

Peking Shaoiazi Duck, hoisin, roti prata* e scalions: metade de um pato laqueado, frito, com molho à base de ostra e cebolinha verde. Acompanhavam o pato uns pães chineses cozidos no vapor (Buns) e duas panquequinhas* agridoces de enlouquecer. Espec…

Peking Shaoiazi Duck, hoisin, roti prata* e scalions: metade de um pato laqueado, frito, com molho à base de ostra e cebolinha verde. Acompanhavam o pato uns pães chineses cozidos no vapor (Buns) e duas panquequinhas* agridoces de enlouquecer. Especiarias, sal, picância e sabor adocicado na medida certa. E dá pra dividir fácil.

Recentemente voltamos pra jantar e vimos que o restaurante adota uma iluminação mais branda, que dá destaque aos elementos coloridos da decoração. O atendimento cortês se confirmou e desta vez eu decidi pedir um drink. Surpresa, encontrei Caipirinha no cardápio. Sinal de que havia algum brasileiro por perto, perguntei ao garçon que confirmou: o bartender era de São Paulo. Bruno pediu um Coelho e eu fui de Dim Sum novamente, mas resolvi experimentar outras duas opções do cardápio.

Fried chicken and garlic dumpling house sweet and sour sauce: pastéisinhos fritos recheados de frango e alho, servido com molho agridoce. 

Fried chicken and garlic dumpling house sweet and sour sauce: pastéisinhos fritos recheados de frango e alho, servido com molho agridoce. 

Peking duck neck crispy skin and homemade MSG: pedaços de pescoço e as cabeças de 2 patos laqueados, fritos e servidos com glutamato monossódico feito na casa (pó na colher).

Peking duck neck crispy skin and homemade MSG: pedaços de pescoço e as cabeças de 2 patos laqueados, fritos e servidos com glutamato monossódico feito na casa (pó na colher).

Gong Bao Rabbit, roasted fresh chili peanut and Jalapeño Sichuan pepper: Coelho salteado com vegetais, pimenta, amendoin, jalapenho e pimenta de Shichuan. Esse é pra quem gosta de ter a boca em fogo! 

Gong Bao Rabbit, roasted fresh chili peanut and Jalapeño Sichuan pepper: Coelho salteado com vegetais, pimenta, amendoin, jalapenho e pimenta de Shichuan. Esse é pra quem gosta de ter a boca em fogo! 

O restaurante foi o único, dentre os novos restaurantes de Miami, a ser relacionado na lista de 2014 "Top 50 New Restaurants" da revista Bon Appetít. 

Eu já conheço o menu quase inteiro do Sakaya e pretendo fazer o mesmo neste restaurante. A comida é excelente, aromática, saborosa e muito bem feita.  E além de tudo isso, como no Sakaya, não é caro! Vale demais conhecer! Está totalmente fora do circuito de restaurantes de turista. Postarei outras fotos de pratos diferentes quando voltar por lá. 

[Savannah] Mrs Wilkes Dining Room

Toda vez que viajamos é a mesma história. Não costumo estudar muito sobre a cidade a ser visitada, porque gosto de me deixar levar pelo momento e pelos lugares onde estou. Somente tomo conhecimento de alguns pontos importantes, levando em conta o tempo disponível para passear pelo lugar. Porém, uma coisa eu sempre faço: a pesquisa de restaurantes. Em nossa passagem por Savannah, tínhamos apenas 2 dias para curtir a cidade e procurar senti-la como se fôssemos locais. Isso impediu que fizéssemos muita programação, mas assim que li a respeito do Mrs. Wilkes Dining Room eu achei que era uma boa idéia dar uma olhada. 

A plaquinha na entrada da casa.

A plaquinha na entrada da casa.

Eu sabia que haveria fila. Mas como estávamos passeando numa praça relativamente próxima, chamei minha sogra e meu marido pra dar uma chegadinha, sem compromisso. Durante o percurso, fui dando as informações em doses homeopáticas pra não assustar o Bruno, que costuma resistir bastante quando o programa envolve fila e tempo de espera. Algumas informações básicas: o lugar abre somente durante a semana, no horário de almoço (entre as 11h00 e 14h00), só aceita dinheiro (18 dólares por pessoa quando fomos, mais a gorjeta), as mesas são grandes - comportam 10 pessoas - e quando você finalmente se senta, os pratos já estão servidos. Chegamos e demos de cara com uma fila de umas 100 pessoas. Bruno olhou pra mim com aquela cara de "você só pode estar brincando comigo", quando eu resolvi dar uma assuntada sobre o funcionamento do restaurante com as primeiras pessoas na fila. "Qual a lotação do local?", "Sabem se demora muito pra andar a fila?", "Vale realmente a pena esperar?". Uma das senhoras respondeu que eu tinha de ficar, que não haveria outra oportunidade, que era uma experiência ótima que eu iria amar a comida e tal. Quando eu respondi a ela que eu já imaginava de tudo isso, mas que teria de tentar convencer meu marido que odeia filas (eu apontei pra ele quando disse isso), ela não teve dúvidas: foi lá conversar com ele. E o convenceu! <3

A fila que encontramos.

A fila que encontramos.

Fomos pra fila e eu comecei a me sentir culpada. Nem bem havíamos chegado à cidade e já estávamos presos a uma fila. Eu quis desistir, mas Bruno não deixou. Com uma cara de incômodo, disse que agora iríamos esperar até o fim. Depois que relaxei, foi possível ver que a fila em si já era uma grande diversão. Gente de todas as idades, de todos os lugares possíveis - a maioria americanos - conversando alegremente. Famílias inteiras esperando, pacientemente em pé, pra comer naquele restaurante que me lembrava um pouco o Brasil, especialmente Minas Gerais, com a transformação da própria residência em um restaurante familiar. Lembrei, também, da fila de espera do Mocotó, em Vila Medeiros - SP, que também é bem animada, com o plus de os garçons servirem bebidas e petiscos pra que nós não desistíssemos da empreitada. Na fila do Mrs Wilkes somente havia a alegria de compartilhar a experiência de comer num restaurante famoso, que servia comfort food americana e onde até Barack Obama já comeu. Se você considerar que estará engatado num papo animado na fila (para os fluentes em inglês) vai ter a impressão de que a fila anda rápido. 

Esperamos em torno de 1 hora e 15 minutos pra entramos no restaurante. A mesa já estava posta. Tomamos nossos lugares e uma das funcionárias veio nos perguntar o que gostaríamos de beber. As opções? Chá gelado, com ou sem açúcar e água. Mais nada. Escolhidas as bebidas, paramos pra dar uma olhada em tudo o que tínhamos disponível pra provar. Uma tigela de feijão, lindo e brilhante, me chamou a atenção e eu tive o impulso de encher meu prato com ele e o arroz que tinha visto adiante. Até que pensei que era melhor experimentar antes, pois se tratava de comida americana. Dito e feito: era Baked Beans, prato a base de feijão que tem entre seus ingredientes maple syrup, açúcar mascavo e ketchup, o que o torna doce. Imagina se eu tivesse enchido o prato!? ;)

Uma parte da mesa que já estava posta quando chegamos.

Uma parte da mesa que já estava posta quando chegamos.

No total, acho que eram umas 20 travessas, das mais variadas coisas. Mais da metade deles, era composta de acompanhamentos. A medida em que íamos nos servindo, a sensação era como se nós estivéssemos numa ceia de Thanksgiving, só que sem o Peru assado. Muitos pratos eram os mesmos acompanhamentos clássicos da comemoração de Ação de Graças. A comida é boa e a atmosfera do restaurante, junto ao clima familiar que permenece enquanto você passa a travessa de Barbecue e pede a de Biscuits, é que são a principal atração do lugar pra mim. Foi a experiência que mais me fez sentir como "local" por aqui, até hoje. 

A estrela do cardápio: frango frito!

A estrela do cardápio: frango frito!

No fim, depois de ter experimentado de tudo um pouco, a funcionária chega com porções diminutas de sobremesa. Duas opções: Banana Pudding ou Peach Cobler. Neste momento você escuta a líder da equipe do salão chamar a atenção de todos, avisando: "É tradição da casa que todos levem seus pratos, copos e talheres usados para a cozinha após terminar!". Quer coisa mais casa de vó do que isso? Saímos satisfeitos e felizes, com a sensação de termos almoçado em casa de amigos. Bruno foi o que saiu mais entusiasmado! 

[São Paulo] Maní: pra mim, o melhor do mundo! ;)

(post originalmente postado no meu antigo blog 2Bocados)

Fui a São Paulo no final de setembro de 2011 para participar da final de um concurso e aproveitei para conhecer o Maní. Fazia tempo que eu lia coisas à respeito do restaurante, na imprensa e na internet, e minha curiosidade só aumentava. Porém, eu queria fazer o menu-degustação deles para conhecer melhor o trabalho dos chefs. Então, já que meu marido não tem paciência para "sequências intermináveis de pratos" e só estaria na cidade no dia do concurso, resolvi que este seria o momento perfeito para isso. Fiz minha reserva com uma semana de antecedência (notem que, nesta época, o ranking da revista Restaurant ainda não havia saído. Portanto, o Maní ainda figurava como o 72o melhor restaurante do mundo.).

Atmosfera aconchegante, rústica, porém com muito requinte e atenção aos detalhes.

Atmosfera aconchegante, rústica, porém com muito requinte e atenção aos detalhes.

Minha mesa ficava na parte de fora do restaurante, numa espécie de quintal/varanda bem simpático. O restaurante estava cheio. Ofereceram-me o couvert, que eu infelizmente recusei, pois faria o menu-degustação e não teria como comer tudo aquilo. O garçon sugeriu fazer a harmonização do menu com vinhos, o que eu também recusei, pois teria de acordar muito cedo no dia seguinte. Pedi somente água, uma taça de espumante para acompanhar meu pedido e esperei... Seguem as fotos de um dos meus momentos gastronômicos inesquecíveis.

Início dos trabalhos com "tapas" pra lá de interessantes. Os melhores são os dois primeiros de baixo para cima: Consomê de tomates com mini-esferas de burrata (minha primeira experiência com a gastronomia molecular!) e Bombom de Fois-Gras com goiaba…

Início dos trabalhos com "tapas" pra lá de interessantes. Os melhores são os dois primeiros de baixo para cima: Consomê de tomates com mini-esferas de burrata (minha primeira experiência com a gastronomia molecular!) e Bombom de Fois-Gras com goiabada e capa de vinho tinto.

Desse eu não gostei. Se tem uma fruta que não entendo toda a festa acerca dela é a tal da lichia... mas a apresentação não deixa de ser interessante: Gelatina de pepinos com ostra fresca e pérolas geladas de lichia.

Desse eu não gostei. Se tem uma fruta que não entendo toda a festa acerca dela é a tal da lichia... mas a apresentação não deixa de ser interessante: Gelatina de pepinos com ostra fresca e pérolas geladas de lichia.

Primeiro destaque da noite, sem contar as tapas:&nbsp;Salada Waldorf! Eu adoro esta salada e esta desconstrução serviu pra me mostrar aquilo que os professores de gastronomia nos diziam: para termos cuidado ao usar a palavra desconstrução no prato, …

Primeiro destaque da noite, sem contar as tapas: Salada Waldorf! Eu adoro esta salada e esta desconstrução serviu pra me mostrar aquilo que os professores de gastronomia nos diziam: para termos cuidado ao usar a palavra desconstrução no prato, pois a apresentação, abordagem e técnicas de cocção devem ser diferentes e inovadoras, mas o sabor original tem de estar lá. E estava! O sorbet de aipo então, que maravilha...

Segundo destaque da noite: como a surpresa de sabores pode vir de coisas simples, né? Mil-folhas de beterraba com Chantilly de anchovas, que delícia! Eu quis lamber o prato...

Segundo destaque da noite: como a surpresa de sabores pode vir de coisas simples, né? Mil-folhas de beterraba com Chantilly de anchovas, que delícia! Eu quis lamber o prato...

Este também estava excelente e extremamente aromático, além de lindo: nhoque de mandioquinha com amaranto, em Dashi de Tucupi e Katsuobushi (flocos de bonito desidratados). Foi meu primeiro contato com o Tucupi e o Jambu!&nbsp;

Este também estava excelente e extremamente aromático, além de lindo: nhoque de mandioquinha com amaranto, em Dashi de Tucupi e Katsuobushi (flocos de bonito desidratados). Foi meu primeiro contato com o Tucupi e o Jambu! 

Este era um ovo pochê, cozido em baixa temperatura com uma espécie de creme de pupunha que combinou muito bem.

Este era um ovo pochê, cozido em baixa temperatura com uma espécie de creme de pupunha que combinou muito bem.

Não costumo gostar de Vieiras cozidas ou ensopadas. Meu negócio são as salteadas ou defumadas, como esta que foi servida com creme de aspargos brancos e emulsão de maracujá. Divino!

Não costumo gostar de Vieiras cozidas ou ensopadas. Meu negócio são as salteadas ou defumadas, como esta que foi servida com creme de aspargos brancos e emulsão de maracujá. Divino!

Robalo defumado.

Robalo defumado.

Arroz de Pato com perfume de Pequi. Delícia!

Arroz de Pato com perfume de Pequi. Delícia!

Feijoada desconstruída: Carpaccio de pé de porco, com esferas de caldo de feijoada, paio, laranja, palha de couve e farofa de castanha do pará. Estupendo!

Feijoada desconstruída: Carpaccio de pé de porco, com esferas de caldo de feijoada, paio, laranja, palha de couve e farofa de castanha do pará. Estupendo!

Bochecha de boi cozida em baixa temperatura com purê de batata doce. Dava pra cortar só com o garfo. Desmanchava na boca. Perfumado e deliciosamente gostoso. Comida pra se abraçar!

Bochecha de boi cozida em baixa temperatura com purê de batata doce. Dava pra cortar só com o garfo. Desmanchava na boca. Perfumado e deliciosamente gostoso. Comida pra se abraçar!

Capítulo sobremesas: Mingau de Licuri com farofa de Licuri e Sorbet de Banana. Fiquei um pouco decepcionada, pois esperava provar o ninho de mandioquinha, a releitura de "Rei Alberto" ou o Flan de Queijo da Canastra, que tinham saído na capa de uma …

Capítulo sobremesas: Mingau de Licuri com farofa de Licuri e Sorbet de Banana. Fiquei um pouco decepcionada, pois esperava provar o ninho de mandioquinha, a releitura de "Rei Alberto" ou o Flan de Queijo da Canastra, que tinham saído na capa de uma revista de Gastronomia no mesmo mês... Esta sobremesa é simples, lembra um pouco comida de criança. Boa, serviu pra conhecer o Licuri, mas eu não comeria de novo.

"O Ovo": Espuma de côco, macedônia de côco queimado escondidas sob a espuma e sorvete de gemas. Esta estava bem gostosa mesmo!

"O Ovo": Espuma de côco, macedônia de côco queimado escondidas sob a espuma e sorvete de gemas. Esta estava bem gostosa mesmo!

Desde que conheci o restaurante, o Maní tem sido cada vez mais elogiado e vem ganhando muito reconhecimento e prêmios. Muito merecidos, na minha opinião. Recentemente foi alçado à 36a posição no ranking da revista Restaurant, que faz a lista dos 50 melhores restaurantes do mundo. 

Gostei bastante da variedade de cores e texturas exploradas nos pratos, além das louças utilizadas e muito bem escolhidas para compor a moldura daquilo que comi. O serviço do restaurante é impecável! O garçon que me atendeu foi muito simpático e cortês e a moça responsável por levar os pratos à mesa - e apresentá-los - foi de uma atenção e delicadeza fantásticos! Voltaria ao restaurante milhões de vezes para provar o cardápio todo. Repetiria outras tantas coisas. Amei! Figura entre os melhores do mundo para mim. Parabéns à Helena Rizzo, Daniel Redondo e toda a equipe!

[Miami] DB Bistro Moderne: A prova de que existe vida gastronômica de qualidade em Miami!

Quando vim a Miami pela primeira vez, confesso que o fiz um tanto quanto emburrada. Preconceitos à parte, achava que era perda de tempo viajar para um lugar onde as pessoas iam somente para fazer compras e ir à Disney. Intimamente, eu pressentia que esta viagem mudaria a minha vida e isto revelou-se correto: 6 meses depois eu estaria morando aqui! Vim para encontrar meu marido, que chegaria direto de uma temporada de trabalho na Alemanha, para trabalhar por mais 10 dias na cidade antes do voltar ao Brasil. Ficamos hospedados em casa de um amigo querido, que nos levou em nossa primeira noite para jantar no restaurante de Daniel Boulud. Ao saber que um cozinheiro deste gabarito mantinha um restaurante na cidade, minha percepção mudou radicalmente. Algo como: existe vida nesta cidade, afinal! Gordinho é foda! Só passa a gostar das coisas se lhe oferecerem perspectiva de boa comida. ;)

Nesta primeira vez, fiquei tão empolgada com a surpresa que até criei coragem para provar Escargot. Uma interessada por gastronomia, cozinheira wanna-be como eu, deve treinar o seu paladar sempre que possível, deixando de lado os nojinhos ou idéias pré-concebidas sobre o aspecto ou textura de determinados alimentos, pensei. E onde seria melhor lugar para provar escargot que não em um restaurante francês?

A atmosfera do restaurante é bem bacana. Não tirei fotos do ambiente mas posso dizer que é exatamente o suficiente pra te deixar no clima de expectativa dos pratos que virão. O escargot foi servido de forma tradicional, mas fora das conchas, numa base de ferro com bolinhas em baixo relevo onde vieram os escargots. Croquetes de batata, manteiga, salsinha fresca e mais nada. E que gostoso é! Ainda bem que resolvi experimentar.

Meu segundo prato foi pedido por influência da Erika, uma amiga que conhece os restaurantes do Boulud em Nova Iorque. Ela foi jantar com o marido no DB Bistro de NY e pediu um prato todo francês, enquanto ele resolveu pedir um hambúrguer. "Em um restaurante francês? penso ela. Só que este não era qualquer um, mas um senhor hambúrguer recheado com foie-gras, acompanhado de batatas fritas sequinhas. Assim que os pratos chegaram ela se arrependeu de não ter pedido o hambúrguer. Então, quando eu vi o sanduíche no cardápio não tive dúvidas: hambúrguer! Só que o de Miami tinha costela desfiada no recheio, além do foie-gras. E valeu realmente cada mordida!

Não se deixe iludir pela foto. É um prato grande!

Na segunda vez que fui ao restaurante foi para aproveitar o festival Miami Spice, iniciativa semelhante às Restaurant Week que rolam no Brasil, mas que por aqui dura 2 meses! Fui para o almoço e me ofereceram um lugar junto ao bar, tão lindo e com uma imensa quantidade de bebidas que nem me atrevi a contar! O cardápio do festival te dá 3 opções de entrada, 3 de prato principal e 2 ou 3 de sobremesa, ao preço de US$ 23,00 sem taxas e serviços incluídos. Optei por uma salada de tomates, melancia e rúcula de entrada, seguida de peixe branco à Belle Meuniére, vegetais tostados e purê de couve-flor como principal, seguido de Cheesecake de ricota, sorbet de uva, figos caramelizados e couli de frutas vermelhas. Um desbunde!

É um dos meus restaurantes favoritos em Miami e agora tornou-se um perigo. Recentemente tornei-me sua mais nova vizinha! ;)